sexta-feira, 28 de março de 2008

Zupi mpa!

Entrei na Livraria Cultura determinada a comprar uma Folha de hoje (mesmo sendo as sete da noite) pois adoro o guia publicado nas sextas. Só que devo admitir o meu vicio por revistas: é demais! E para pegar o jornal, dentro da revistaria do Complexo Nacional, você esta obrigado a passar por elas.

Não é todo tipo de magazine. As que me interessam sempre têm a ver com moda, música ou qualquer tipo de arte e opinião.

As capas me chamam me capturam, me seduzem por completo. Vi a capa da ultima New Yorker... Socorro! Realmente não há bolso nem lugar para armazena-las.

Primeiro passei o olho pela www.vogue.com na edição da capa polemica do King Kong. Pensei em praticar meu inglês com ela, mas o preço me fez deixa-la rapidinho na prateleira. Passei pela edição nacional mas me segurei, pois viria minha tradicional folhada na www.flaunt.com edição de luxo maravilhosa. Pela Rojo e o resto de todas as importadas aumentei a velocidade. Todas as de musica, inclusive as de foto. Estava pensando na Piauí (mas o ultimo numero ainda não terminei de ler) até me deparar com uma pequena colorida que já tinha visto há uns 20 dias atrás, mas que pensei melhor não chegar perto. Desta vez não consegui fugir.

Tenho uma particular tara por ter a informação na mão: o papel, o cheiro, as cores, os momentos solitários da leitura. Analogic girl no comando!

Acabei trazendo pra casa (do Vini e da Lenira) a Zupi www.zupi.com.br

Independente, brasileira, cheia de design artístico e experimental.
Tem tradução para o espanhol e o inglês (poderei praticá-lo aqui tb).
Fotos bacanas, links para conhecer todos os trabalhos. E algumas entrevistas (pequenas pérolas) com artistas de destaque: Guilherme Dietrich e o Pulpo. O primeiro porto-alegrense, o segundo argentino. Mazaaaaaa!
É trimestral, leve e completamente inspiradora. Em um dos meus mundos paralelos quero fazer desenho também!

Comprei a ultima (feb/mar/abril), mas tinha um monte de números anteriores que quase botei na minha bolsa, devagarzinho.

Nesta altura da empolgação, nem sinto saudade do guia da folha.

Curriculum vitae

Meu vital (que não tem moto) viaja lentamente pelo espaço brasileiro como se estivesse, liricamente, destinado à desorientação.

Pedi uma torrada de peru.
Trouxeram-me de presunto, mas percebi só no finalzinho, ou seja, dava na mesma.

Éderson me indicou um fotografo italiano que mora em Sampa e precisa de uma coordenadora. Mandei meu CV e um e-mail animado. Também indicou uma produtora que esta trazendo o Seal pro Brasil. Adoraria ter ido ao show (que está rolando neste momento) e obviamente I'm not there.

Num jantar da Bela Cintra, no meio de muita animação, conversei com a Bianca e talvez role um trabalho lá (lá) entre maio e agosto.

A turnê dos bonecos, lá na frente também. E como no passado chutei o balde uma semana antes da ciranda toda, não tenho cara de chegar neles.

Nelson, francamente poxaaaa! Nelson me apresentou a namorada que trabalha numa produtora e ela muito simpática disse que podia receber meu vitae...

Vitor querido vai tentar me botar nos trincs nos canais musicais cada vez menos musicais.
O Carlos me abraça por mais que eu brigue. Rodri se preocupa. Lipe torce.
Vinicius me encoraja. Nati deseja. Fé quer me levar para Buenos.

Tou mais perto da bicicleta do “Banheiro do Papa” que da Suzuki que Sabrina Sato promove. Engraçado. Não teria que me sentir assim, mas acontece.

Mauro e Lívia ofereceram ajuda. Carlinhos se arriscou comigo no Ibirapuera. Carmela vai me apresentar para assessorias de imprensa. "As Patrícias" já me empurraram um pouquinho.
E Érika, queridiiiissssima, muito, mas acho que não sou o perfil para o que precisa, ou sou, mas não tenho experiência. Lá longe se foram meus sonhos de ficar codo a codo com a Pascolato.

Marta nem se fala!
Até o Life que não é “da área” ofereceu ajuda.
Ana Luiza minha base, e os meninos da Tom Bloch, um momento de insight.

Todo mundo torcendo e tentando colaborar com esta hermana que em copa do mundo querem ver lá nos infernos, mas que nas “entre safras” apóiam demais, sempre para minha surpresa.

“Help, I need somebody...” gravei para o Vinicius e pode deletar o desafino/desatino, mas não a idéia... A idéia: eu preciso me ajudar.

Antes de vir pra Sampa encontrei a Noemia na rua e conversamos bastante (rápido) no meio da Getúlio Vargas, no sol de janeiro às onze da manhã. Definimos que eu deveria, para minha realização, fazer algo mais relacionado com arte.

Tem que escolher se presunto ou peru pra valer, pois realmente não dá na mesma!

Pertenecer tiene sus privilegios... (by American Express)

Hoje (ontem) acordei às 11h, na verdade muito tempo antes pela luz que entrava na sala onde durmo, mas não conseguia me mexer. Dormi sozinha, mas acompanhada na distância.
Vinicius voltou ontem para Porto Alegre, no meio da tarde. Quase não chegamos ao aero em tempo, mas como deus é brasileiro consegui relaxar dentro do táxi e observar sua carinha, detidamente.

Fui saindo da cama, em um silêncio inusual para uma quinta-feira de março, na maior cidade da América Latina.
Na noite anterior tinha conversado por horas com a Lenira (quem me acolhe nesta cidade) a respeito das sensações que ela teve e tem ainda desde que saiu do sul para morar aqui.
Falamos de sotaques, músicas, outros viajantes e principalmente sob certa ignorância que grande parte do Brasil alimenta a respeito da cultura gaúcha, ou do que é ser gaúcho.
Pois é, o que é meu irmão?

Que loucura é essa!
Hei-me aqui ousando achar definições!
Eu, que nem sei definir o que sou, de onde venho, qual meu sotaque!

Nati, só como pequena perola deixa explicar o que rolou semanas passadas:
Em plena Paulista (geralmente converso com jornaleiros) um senhor muito educado perguntou se eu era portuguesa. Quase o beijei! Saí me achando. Senti-me orgulhosa da minha nova nacionalidade, pois não obstante, outro cara da Frei Caneca perguntou a mesma coisa! Como pode!? Imagina que honra!

Vocês vão dizer que estou delirando, que ninguém ficaria feliz no meu lugar...
Sei que rola aquele lance de português = burro, mas é o mesmo tipo de comparativo que se forjou entorno da minha (verdadeira?) madre pátria. E “Gallego” ou galego é quase um insulto! E eu venho do próprio insulto... Ou seja, troquei 6 por meia dúzia.
Para alguém que se sente tão desterrado por momentos, foi um grande momento.
Uma baita alegria. Acreditem. Quase brasileira.

E para completar a sensação de comunidade virtual/real, sou incluída na lista de convocados para um churrasco com todos os refugiados sulinos na paulicéia!
Nessa altura da nostalgia e da vontade do entrosamento acho que ninguém se oporá se eu levar um do tché barbaridade!!!


Ficamos até felizes porque terá um Zaffari em Perdizes!

Uma bolsa, um dia qualquer

Organizador de cartões, preto e simples, dado por um amigo antes de partir.
Acumulo cartões de gente que não sei se um dia verei.
Minha identidade do Brasil, que ainda não decorei.
Dinheiro espalhado (se for temporada de dinheiro) arrumados conforme animal, só arrumado quando lembro do feng shui.

As moedas em separado, na niqueleira de miçanga que trouxe de Felix da Cunha, enquanto Cadica Borghuetti se apresentava num jantar de autoridades.

Chaves do primeiro amigo acolhedor, da nova cidade, que ainda não devolvi.
Chaves do segundo amigo acolhedor, da nova cidade, onde estou parando.
Chaves do amigo acolhedor, da velha cidade, onde a minha vida guardada em caixas está.

Agenda do ano com anotações esquecidas.
Cabos e fios para conexões, alguns não funcionam.

Jornal de hoje, já lido.
Perfume francês, bem no finzinho.

Uma saia de cintura alta da época em que ninguém queria essa cintura.
Uma blusa vermelha, completamente amassada.

Uns brincos sem os pares.
Uma pulseira bacana que não uso quando visto o casaquinho roxo, pois a manga não passa por ela.

Uma lata antiga de balinhas , como cigarreira.
Cigarros de palha que o Vinicius traz pra mim de uma tabacaria da Vila Madalena.
Uma escova de cabelo mínima, mas que o meu cabelo adora (lembrança de uma cliente do Rio de Janeiro).

Um dia qualquer, no passado.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Pois é

muitos dias sem escrever nada, muita coisa querendo ser dita.
Vontade de me ler, ou de me deletar do planeta.
TudoissoaomesmotempotudojuntoAGORA que significa nada.
Sem inspiração ou pessoa que quando trabalha "formalmente"se anula.
Chato isso.
Chata eu.
Preciso mudar-me.

Aliás, pensar na RBS TV me da calafrios.
Outra coisa: não consigo botar fotos nesta porcaria de blog.

ojos

A expo "Segall Realista" ficou um tempão na Fiesp e ainda por cima, de graça.
Todo dia acordava pensando que seria um pecado não ir.

Então, uma dessas tardes sai pela rua, empolgada.
No meio do caos da Paulista, me internei nas obras do Lasar.
Devo confessar que desconhecia a existência deste artista.
Fiquei impressionada com a quantidade de obras expostas. E a vida louca do cara.
Guerras/paises/mulheres/filhos/escolas e mais paises.
Passou por todas as expressões possíveis: pintou, gravou, litografou, esculturou, estourou!
A melhor coisa foi poder ver de perto os olhos de suas criaturas. E que olhares!

Um pouco chato era um grupinho de adolescentes tendo aula guiada, mas em lugar de ficar como uma velha ranzinza, tentei me aproximar fazendo cara de extrangeira para poder roubar informações das professoras.

Consegui sair inspirada.

segunda-feira, 10 de março de 2008

El verbo sin la carne

No hay una palabra en el mundo que te guarde para mi...

segunda-feira, 3 de março de 2008

Primeiro de março - (mentira) Três

Desenrolava com uma mão uma bala chinesa.
Uma bala que se tornara pedra no ar condicionado
e na leitura de uma segunda-feira improvisada.

A data do relógio era alguma data que não à da data.
E nos papos alheios “somos seres pluricelulares” ou “O bigode dele é preto?
Como está vestido? Cabeludo? Gordão?...”

Sozinhos no meio do barulho.
Sozinhos no meio dos livros.

A máquina de café poderia estar mais longe.
Assim os mendigos, do outro lado do vidro.

No meio de tudo há sinos.
Ainda tocam.