sexta-feira, 28 de março de 2008

Uma bolsa, um dia qualquer

Organizador de cartões, preto e simples, dado por um amigo antes de partir.
Acumulo cartões de gente que não sei se um dia verei.
Minha identidade do Brasil, que ainda não decorei.
Dinheiro espalhado (se for temporada de dinheiro) arrumados conforme animal, só arrumado quando lembro do feng shui.

As moedas em separado, na niqueleira de miçanga que trouxe de Felix da Cunha, enquanto Cadica Borghuetti se apresentava num jantar de autoridades.

Chaves do primeiro amigo acolhedor, da nova cidade, que ainda não devolvi.
Chaves do segundo amigo acolhedor, da nova cidade, onde estou parando.
Chaves do amigo acolhedor, da velha cidade, onde a minha vida guardada em caixas está.

Agenda do ano com anotações esquecidas.
Cabos e fios para conexões, alguns não funcionam.

Jornal de hoje, já lido.
Perfume francês, bem no finzinho.

Uma saia de cintura alta da época em que ninguém queria essa cintura.
Uma blusa vermelha, completamente amassada.

Uns brincos sem os pares.
Uma pulseira bacana que não uso quando visto o casaquinho roxo, pois a manga não passa por ela.

Uma lata antiga de balinhas , como cigarreira.
Cigarros de palha que o Vinicius traz pra mim de uma tabacaria da Vila Madalena.
Uma escova de cabelo mínima, mas que o meu cabelo adora (lembrança de uma cliente do Rio de Janeiro).

Um dia qualquer, no passado.

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