sexta-feira, 28 de março de 2008

Pertenecer tiene sus privilegios... (by American Express)

Hoje (ontem) acordei às 11h, na verdade muito tempo antes pela luz que entrava na sala onde durmo, mas não conseguia me mexer. Dormi sozinha, mas acompanhada na distância.
Vinicius voltou ontem para Porto Alegre, no meio da tarde. Quase não chegamos ao aero em tempo, mas como deus é brasileiro consegui relaxar dentro do táxi e observar sua carinha, detidamente.

Fui saindo da cama, em um silêncio inusual para uma quinta-feira de março, na maior cidade da América Latina.
Na noite anterior tinha conversado por horas com a Lenira (quem me acolhe nesta cidade) a respeito das sensações que ela teve e tem ainda desde que saiu do sul para morar aqui.
Falamos de sotaques, músicas, outros viajantes e principalmente sob certa ignorância que grande parte do Brasil alimenta a respeito da cultura gaúcha, ou do que é ser gaúcho.
Pois é, o que é meu irmão?

Que loucura é essa!
Hei-me aqui ousando achar definições!
Eu, que nem sei definir o que sou, de onde venho, qual meu sotaque!

Nati, só como pequena perola deixa explicar o que rolou semanas passadas:
Em plena Paulista (geralmente converso com jornaleiros) um senhor muito educado perguntou se eu era portuguesa. Quase o beijei! Saí me achando. Senti-me orgulhosa da minha nova nacionalidade, pois não obstante, outro cara da Frei Caneca perguntou a mesma coisa! Como pode!? Imagina que honra!

Vocês vão dizer que estou delirando, que ninguém ficaria feliz no meu lugar...
Sei que rola aquele lance de português = burro, mas é o mesmo tipo de comparativo que se forjou entorno da minha (verdadeira?) madre pátria. E “Gallego” ou galego é quase um insulto! E eu venho do próprio insulto... Ou seja, troquei 6 por meia dúzia.
Para alguém que se sente tão desterrado por momentos, foi um grande momento.
Uma baita alegria. Acreditem. Quase brasileira.

E para completar a sensação de comunidade virtual/real, sou incluída na lista de convocados para um churrasco com todos os refugiados sulinos na paulicéia!
Nessa altura da nostalgia e da vontade do entrosamento acho que ninguém se oporá se eu levar um do tché barbaridade!!!


Ficamos até felizes porque terá um Zaffari em Perdizes!

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