segunda-feira, 3 de março de 2008

Primeiro de março - (mentira) Três

Desenrolava com uma mão uma bala chinesa.
Uma bala que se tornara pedra no ar condicionado
e na leitura de uma segunda-feira improvisada.

A data do relógio era alguma data que não à da data.
E nos papos alheios “somos seres pluricelulares” ou “O bigode dele é preto?
Como está vestido? Cabeludo? Gordão?...”

Sozinhos no meio do barulho.
Sozinhos no meio dos livros.

A máquina de café poderia estar mais longe.
Assim os mendigos, do outro lado do vidro.

No meio de tudo há sinos.
Ainda tocam.

Um comentário:

natalia. disse...

Adoro te ler.
Sempre me pergunto se é tudo o que tu escreves tu estás vivendo.

Só preciso ser chata e comentar que "mendigos" é um termo que me desagrada muito, pois as pessoas que vivem na rua e que por vezes pedem dinheiro se sentem ofendidas de assim serem chamadas.
Enfim, xaropices de natália.

(bala empedrada pelo ar-condicionado é uma coisa que só poderia sair da tua cabeça).